OS DEMÔNIOS DA FICÇÃO: CRÍTICA, ESTÉTICA E POLÍTICA NA OBRA DE MARIO VARGAS LLOSA

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a poética de Mario Vargas Llosa a partir da sua teoria dos 'demônios', proposta no âmbito de sua produção crítica, relacionando-a à construção de mundos ficcionais que tensionam a relação entre realidade e invenção. A partir de conceitos como 'realidade real' e 'realidade fictícia', desenvolvidos por Vargas Llosa, e em diálogo com teóricos como Jorge Valenzuela Garcés e Linda Hutcheon, examinamos como o autor elabora estratégias metaficcionais que colocam em xeque as narrativas oficiais da história. O romance 'Conversación en La Catedral' é discutido como exemplo da tensão entre literatura e política, verdade e invenção, subjetividade e sociedade, em uma estrutura narrativa que favorece a polifonia e a fragmentação do discurso hegemônico. Ao investigar os demônios pessoais, históricos e culturais que movem a escrita de Vargas Llosa, o artigo pretende mostrar como sua obra oferece um exercício de liberdade estética e crítica, reafirmando a literatura como espaço privilegiado para pensar a experiência humana